Alemanha: Esboço econômico
Para obter as previsões mais recentes sobre os impactos econômicos causados pela pandemia do coronavírus, consulte a plataforma de rastreamento de Respostas Políticas para COVID-19 do FMI para as principais respostas econômicas dos governos.
A Alemanha é a maior potência econômica da Europa e a 4ª maior em nível global. Após passar por uma recessão histórica em 2020, provocada pela pandemia da COVID-19,a economia do país cresceu ao longo dos três primeiros trimestres de 2022, impulsionada pela recuperação contínua do consumo privado. Contudo, seu crescimento foi estimado em apenas 1,5% em 2022, um ritmo mais lento do que no ano anterior (2,6%, de acordo com o FMI) devido às consequências do conflito Rússia-Ucrânia: antes da invasão, a Alemanha era muito dependente do gás, carvão e petróleo produzidos na Rússia, com cerca de um terço do fornecimento de energia primária sendo de origem russa. A situação política e as sanções da União Européia contra a Rússia forçaram a Alemanha a se tornar menos dependente; porém, houve graves rupturas na cadeia produtiva (principalmente nos setores químico e automotivo, que juntos respondem por quase 6,5% do PIB) e na importação de energia. Os indicadores de expectativa deterioraram-se de forma intensa no decorrer do fim de 2022, com uma queda do consumo privado, devido à alta inflação e ao aumento crescente dos custos com energia. O FMI espera que o PIB caia cerca de 0,3% em 2023 (-0,6% de acordo com a Comissão Europeia), antes de se recuperar cerca de 1,5% em 2024. As projeções continuam indicando riscos, especialmente os relacionados a atrasos na diversificação da oferta de energia, que podem causar escassez e estimular a inflação no inverno de 2023-24.
As medidas sem precendentes para combater a epidemia da COVID-19 e estabilizar a economia - que tinham como foco subsídios para empresas, prorrogação do esquema de trabalho de curta duração e aumento dos gastos com saúde para vacinação e testes - levaram a um crescimento no déficite orçamental da Alemanha nos últimos anos. Os programas de apoio direcionados para a pandemia foram finalizados em meados de 2022, mas três pacotes de apoio à energia, estimados em 95 bilhões de euros em despesas diretas, e um fundo de apoio ao setor de energia de 5,5% do PIB, financiado por concessões de crédito, contribuíram para o terceiro ano consecutivo de déficit orçamental ( -3% de acordo com o FMI), apesar do aumento das receitas fiscais.Enquanto o FMI espera que o deficit decline para 1,8% neste ano e 1,1% em 2024, a Comissão Europeia prevê um cenário menos otimista (3,1% e 2,6%, respectivamente). Depois de atingir um pico de 71,1% em 2022, o rácio da dívida pública em relação ao PIB deverá diminuir para 68,3% em 2023 e 65,6% no ano seguinte (FMI), graças ao crescimento do PIB nominal devido à inflação elevada, à redução na carteira de bancos ruins e o declínio das reservas de caixa. A inflação atingiu um nível recorde de 8,5% em 2022, impulsionada pelo já mencionado aumento nos preços da energia, aumento dos custos de insumos e um aumento nos salários do setor de serviços. O mercado de trabalho mais apertado e o repasse vertiginoso dos preços de energia no atacado devem contribuir para a queda gradual da inflação, projetada em 7,2% neste ano e 3,5% em 2024 (FMI). Para 2023, espera-se que o crescimento das exportações se recupere devido à redução dos gargalos da cadeia de suprimentos e a uma carteira de pedidos recorde.
A taxa de desemprego foi estimada em 2,9% em 2022 (FMI), abaixo dos 3,6% do ano anterior, com um crescimento salarial médio de 5% em uma base anual no primeiro semestre do ano. O FMI prevê um crescimento do desemprego para 3,4% este ano e 3,3% em 2024. Com um PIB per capita (PPC) de 57.927 de dólares, a Alemanha está entre os países mais ricos do mundo (Banco Mundial). No entanto, segundo dados do Destatis, cerca de 20,7% da população do país está em risco de pobreza ou exclusão social (últimos dados disponíveis).
Indicadores de crescimento | 2020 | 2021 | 2022 (E) | 2023 (E) | 2024 (E) |
PIB (bilhões de USD) | 3.886,56 | 4.262,77 | 4.075,40 | 4.308,85 | 4.446,47 |
PIB (crescimento anual em %, preço constante) | -3,7 | 2,6 | 1,8 | -0,1 | 1,1 |
PIB per capita (USD) | 46.735 | 51.238 | 48.636 | 51.384 | 53.007 |
Saldo do Balanço de Pagamentos (em % do PIB) | -2,9 | -3,0 | -2,6 | -3,2 | -1,4 |
Dívida Pública (em % do PIB) | 68,0 | 68,6 | 66,5 | 67,2 | 66,5 |
Índice de inflação (%) | 0,4 | 3,2 | 8,7 | 6,2 | 3,1 |
Taxa de desemprego (% da população economicamente ativa) | 3,6 | 3,6 | 3,1 | 3,3 | 3,3 |
Balanço das transações correntes (bilhões de USD) | 274,18 | 329,84 | 171,04 | 201,16 | 227,94 |
Balanço das transações correntes (em % do PIB) | 7,1 | 7,7 | 4,2 | 4,7 | 5,1 |
Fonte: IMF – World Economic Outlook Database, 2016
Nota: (e) Dado estimativo
Indicadores monetários | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 |
Euro (EUR) - Taxa cambial média anual em relação ao 1 GHS | 0,24 | 0,20 | 0,18 | 0,17 | 0,16 |
Fonte: World Bank, 2015
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Últimas atualizações em Maio 2023