Itália: Contexto político-econômico
Para obter as previsões mais recentes sobre os impactos econômicos causados pela pandemia do coronavírus, consulte a plataforma de rastreamento de Respostas Políticas para COVID-19 do FMI para as principais respostas econômicas dos governos.
A economia italiana foi fortemente afetada pela crise financeira mundial e só se recuperou da recessão em 2015. No entanto, o país foi um dos mais afetados pela crise provocada pela COVID-19. Depois de perder quase 9% em 2020, o PIB da Itália se recuperou cerca de 5,8% em 2021, impulsionado pelo consumo privado e maiores investimentos. A economia italiana deverá iniciar uma trajetória de expansão estável e sustentada este ano (+4,2%), graças aos investimentos financiados pelo Mecanismo de Recuperação e Resiliência (RRF) da UE, ao alívio da escassez de oferta e a uma política orçamentária expansiva. Para 2023, o FMI prevê um crescimento de 1,6% (2,3% segundo a Comissão Europeia), uma taxa ainda consideravelmente superior à média de longo prazo da Itália.
O orçamento primário do país (que exclui pagamentos de juros) é estruturalmente positivo, mas o custo dos juros sobre a dívida do governo pesa sobre as contas da Itália, com o orçamento do governo geral estruturalmente deficitário. Essa tendência foi exarcebada pela crise provocada pela COVID-19, (uma estimativa de 4% do PIB em 2021 de acordo com a Comissão Europeia), que levou à redução das receitas de impostos diretos e indiretos, bem como ao aumento das despesas públicas. Globalmente, o saldo das administrações públicas foi negativo em 7,1%. A recuperação global e a eliminação progressiva das medidas de apoio relacionadas com a COVID deverão favorecer uma diminuição gradual do déficit (3,8% este ano e 3,3% em 2023 - FMI). A relação dívida/PIB, historicamente alta, aumentou mais de 20 pp em 2020, diminuindo apenas marginalmente em 2021 (154,8%). As despesas com juros deverão diminuir de forma constante uma cota do PIB à luz das condições de financiamento favoráveis, beneficiando o rácio dívida/PIB que deverá situar-se em cerca de 150%. Sendo um importador líquido de energia, a inflação da Itália foi impulsionada pelo aumento dos custos globais de energia ao longo de 2021, com uma inflação global acima de 1,7%. Taxa semelhante deve ser registrada este ano (1,8%) antes que o índice comece a cair em 2023 (1,2% - FMI).
A taxa de desemprego, que vem aumentando desde a crise financeira global, começou a cair nos últimos anos; no entanto, com a pandemia voltou a aumentar, atingindo 10,3% em 2021. Espera-se que o fim das medidas de alívio da pandemia (incluindo a proibição geral de demissão e esquemas de retenção de empregos para trabalhadores no setor de manufatura e construção) provoque o aumento da taxa de desemprego este ano (11,6%), antes de cair para 11,4% até 2023 (9,2% conforme estimativas da Comissão Europeia), em meio a um aumento gradual da oferta de trabalho. A Itália tem altos níveis de desemprego juvenil (29,8% em setembro de 2021, de acordo com o ISTAT), e as desigualdades regionais entre o Norte altamente industrializado e dinâmico e as áreas rurais mais pobres do “Mezzogiorno” do sul ainda são altas. Além disso, a Itália tem de enfrentar uma taxa de natalidade em queda e uma população em declínio. O PIB per capita da Itália (PPC) foi estimado em 43.376 de dólares pelo FMI em 2021, um pouco abaixo da média da UE-27 (Eurostat).
Indicadores de crescimento | 2020 | 2021 | 2022 (E) | 2023 (E) | 2024 (E) |
PIB (bilhões de USD) | 1.895,69 | 2.115,76 | 2.012,01 | 2.169,75 | 2.217,75 |
PIB (crescimento anual em %, preço constante) | -9,0 | 7,0 | 3,7 | 0,7 | 0,8 |
PIB per capita (USD) | 31.785 | 35.842 | 34.113 | 36.812 | 37.645 |
Saldo do Balanço de Pagamentos (em % do PIB) | -6,1 | -6,7 | -2,4 | -2,0 | -3,0 |
Dívida Pública (em % do PIB) | 154,9 | 149,8 | 144,7 | 140,3 | 140,0 |
Índice de inflação (%) | -0,1 | 1,9 | 8,7 | 4,5 | 2,6 |
Taxa de desemprego (% da população economicamente ativa) | 9,3 | 9,5 | 8,1 | 8,3 | 8,4 |
Balanço das transações correntes (bilhões de USD) | 73,07 | 64,43 | -14,77 | 16,00 | 21,96 |
Balanço das transações correntes (em % do PIB) | 3,9 | 3,0 | -0,7 | 0,7 | 1,0 |
Fonte: IMF – World Economic Outlook Database, October 2021
A Itália é uma das maiores potências agrícolas da União Europeia: é o maior produtor europeu de arroz, frutas, legumes e vinho. O setor agrícola representa 1,9% do PIB italiano e é fortemente dependente da importação de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, pois recursos naturais do país são limitados (a Itália importa uma série de materiais que são responsáveis por mais de 80% da energia do país). O setor primário emprega cerca de 4% da força de de trabalho (Banco Mundial, últimos dados disponíveis) e é composta por cerca de 1,3 milhões de fazendas, das quais quase metade tem uma pequena produção agrícola (Comissão Europeia). O país tem 12,8 milhões de hectares para o cultivo da agricultura e suas principais colheitas incluem cereais (principalmente trigo), milho, cevada, arroz e aveia. A Itália é também o primeiro produtor mundial de vinho e o primeiro produtor de tabaco do mundo. De acordo com as estimativas do Eurostat, o valor da produção agrícola italiana em 2021 aumentou cerca de 6% sendo um total de 61,1 bilhões (o segundo maior da Europa, depois da França).
A Itália é um país industrial primário, com o setor secundário que corresponde a 22,5% do PIB e emprega 26% da população ativa (Banco Mundial, últimos dados disponíveis). A atividade industrial italiana está concentrada principalmente no norte do país, em cidades como Turim, Milão e Veneza. Grande parte de sua indústria é composta por pequenas e médias empresas familiares. A maioria das empresas industriais têm menos de 50 funcionários. A Itália é o o maior exportador mundial de bens de luxo (roupas, carros, etc). Suas outras grandes indústrias são maquinário de precisão, veículos automotores, produtos químicos e farmacêuticos, artigos elétricos, moda e roupas em geral. O setor manufatureiro por si só corresponde a 15% do PIB (Banco Mundial). O país tem sofrido com a desindustrialização (especiamente durante a crise econômica mundial), mas continua sendo a segunda maior potência de manufatura da Europa e o sétimo maior no nível mundial. Dados do ISTA mostram que em 2021 as indústrias italianas registraram um crescimento de cerca de 11,8% anuais, ultrapassando os níveis pré-pandemia.
O setor de serviços representa dois terços do PIB (65,2%) e emprega cerca de 70% da população ativa. O turismo - uma das indústrias de crescimento mais rápida e mais rentável na Itália - compreende uma grande parte do setor de serviços. A Itália é o quinto destino turístico do mundo e o terceiro da União Europeia. De acordo com a agência nacional de estatísticas ISTAT, o turismo e as atividades relacionadas geram 6% do valor agragado da economia. Contudo, o setor ainda não retomou seu rendimento no período de pré-pandemia, entre julho e setembro de 2022 o número de turistas ainda era 4,7% menor do que em 2019. Os serviços relacionados a negócios também desempenham um papel importante na economia do país. Estima-se que mais da metade das 5 milhões de empresas italianas estejam ativas no setor terciário.
Divisão da atividade econômica por setor | Agricultura | Indústria | Serviços |
Emprego por setor (em % do emprego total) | 3,9 | 25,9 | 70,2 |
Valor agregado (em % do PIB) | 1,9 | 22,5 | 65,2 |
Valor agregado (crescimento anual em %) | -1,3 | 13,5 | 4,8 |
Fonte: World Bank, Últimos dados disponíveis. Devido ao arredondamento, a soma das percentagens pode ser superior / inferior a 100%.
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O indicador de liberdade económica mede dez componentes da liberdade económica, divididos em quatro grandes categorias: a regra de direiro (direitos de propriedade, nível de corrupção); O papel do Estado (a liberdade fiscal, as despesas do governo); A eficácia das regulamentações (a liberdade de inciativa, a liberdade do trabalho, a liberdade monetária); A abertura dos mercados (a liberdade comercial, a liberdade de investimento e a liberdade financeira). Cada um destes dez componentes é medido numa escala de 0 a 100. A nota global do país é uma média das notas dos 10 componentes.}}
Mapa de liberdade econômica no mundo
Fonte: Índice de Liberdade Econômica 2017
O ranking de ambiente de negócios mede a qualidade ou a atratividade do ambiente de negócios nos 82 países abrangidos pelas previsões do The Economist. Este indicador é definido pela análise de 10 critérios: o ambiente político, o ambiente macroeconômico, as oportunidades de negócios, as políticas no que diz respeito a livre iniciativa e concorrência, as políticas no que diz respeito ao investimento estrangeiro, o comércio exterior e o controle do câmbio, a carga tributária, o financiamento de projetos, o mercado de trabalho e a qualidade das infraestruturas.
Fonte: The Economist Intelligence Unit - Business Environment Rankings 2020-2024
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