Portugal flag Portugal: Contexto político-econômico

Contexto econômico de Portugal

Indicadores econômicos

Para obter as previsões mais recentes sobre os impactos econômicos causados pela pandemia do coronavírus, consulte a plataforma de rastreamento de Respostas Políticas para COVID-19 do FMI para as principais respostas econômicas dos governos.

Após vários anos de crescimento constante, a produção econômica em Portugal caiu de forma drástica após o surto da pandemia da COVID-19. No entanto, a economia do país se recuperou rapidamente, crescendo cerca de 6,2% em 2022, ano que ficou marcado pelo ótimo desempenho logo no início graças à recuperação do turismo e uma balança positiva na exportação de serviços. Contudo, na segunda metade do ano esse crescimento foi prejudicado devido à disrupção na cadeia de suprimentos, aos altos preços da energia e taxas crescentes de juros. A implementação do Plano Europeu de Recuperação e Resiliência deverá apoiar a economia ao longo dos próximos anos, mas há riscos de que os atrasos na implementação continuem. Para 2023, o FMI prevê um crescimento fraco de 0,7% visto que os altos preços da energia devem restringir a demanda privada, enquanto que o desempenho mais fraco dos principais parceiros comerciais de Portugal deverá contribuir para um enfraquecimento do comércio. Somente em 2024, quando se espera a normalização da condição política e econômica global, o crescimento do PIB voltará a um ritmo mais acelerado (2,4% - FMI).

O governo português conseguiu reduzir, gradualmente, o seu déficit orçamental nos últimos anos, atingindo um território positivo. Essa tendência foi revertida pelo impacto da COVID-19 e pelo impacto dos preços de energia que atingiram valores exarcebados por conta da invasão russa na Ucrânia. As medidas tomadas por Portugal para conter a crise de energia -  incluindo apoio ao rendimento e impostos indiretos reduzidos para famílias e empresas - valeram cerca de 2,1% do PIB em 2022 e contribuíram para um déficit orçamental de cerca de 0,7% do PIB. Por outro lado, as receitas públicas se beneficiaram de um forte crescimento econômico e dos altos preços. Apesar de se esperar que o governo continue desfrutando de uma performance positiva, o FMI prevê um déficit de 1% do PIB este ano e em 2024. Impulsionada por um crescimento nominal da taxa de juros favorável, a relação dívida pública/PIB caiu para 114,7% em 2022 (de 127,4% um ano antes) e deve seguir tendência de queda em 2023 (111,2%) e 2024 (106,7%). Depois de estagnar por vários anos, a inflação disparou para 7,9% no ano passado, impulsionada pelos altos preços da energia, que provocaram efeitos de repasse para outros bens e serviços, e uma forte seca que contribuiu para uma das maiores altas nos preços dos alimentos não processados pela eurozona. O FMI prevê que a inflação diminua gradualmente para 4,7% este ano e 2,6% em 2024 em meio a uma política monetária europeia mais rígida e à normalização dos custos de energia e alimentos.

A taxa de desemprego diminuiu para 6,1% em 2022 (abaixo dos 6,6% um ano antes). Embora o crescimento salarial tenha se fortalecido, não foi suficiente para proteger o poder de compra das famílias. Segundo o FMI, o desemprego deverá aumentar no período de previsão, até cerca de 6,5%. Globalmente, o PIB per capita português (PPP) está estimado em 42.067 dólares em 2022 (FMI), ainda 22% abaixo da média da União Europeia. De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística INE, 18,4% da população encontra-se em risco de pobreza, correspondendo à proporção de habitantes com um rendimento monetário equivalente líquido anual inferior a 6.653 euros.

 
Indicadores de crescimento 20222023 (E)2024 (E)2025 (E)2026 (E)
PIB (bilhões de USD) 252,13276,43289,52303,24316,27
PIB (crescimento anual em %, preço constante) 6,72,31,52,22,0
PIB per capita (USD) 24.54026.87928.12329.53130.878
Saldo do Balanço de Pagamentos (em % do PIB) -1,2-0,7-0,3-0,4-0,3
Dívida Pública (em % do PIB) 113,9108,4104,099,996,2
Índice de inflação (%) n/a5,33,42,42,2
Taxa de desemprego (% da população economicamente ativa) 6,16,66,56,36,2
Balanço das transações correntes (bilhões de USD) -2,933,633,282,922,24
Balanço das transações correntes (em % do PIB) -1,21,31,11,00,7

Fonte: IMF – World Economic Outlook Database, October 2021

Principais setores econômicos

O setor agrícola compreende cerca de 2,2% do PIB de Portugal e emprega 6% da população ativa ( de 10% no ano anterior - Banco Mundial, últimos dados disponíveis). Os principais produtos agrícolas são os cereais, frutas, legumes e o vinho (Portugal figura entre os 9 principais exportadores de vinho do mundo). O setor de extração mineral (cobre, estanho) representa uma boa parte do PIB do país, com Portugal sendo um dos principais exportadores de mármore, além de fornecer grande parte da oferta mundial de cortiça graças às suas florestas. De acordo com a primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística, o rendimento da atividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho anual, registou uma queda acentuada em 2022 (-11,8%). Entre janeiro e outubro de 2022, as exportações de produtos agrícolas aumentaram 30,5% (Instituto Nacional de Estatística), com as importações a crescerem a um ritmo mais acelerado (+32,2%).

O setor industrial emprega 25% da população ativa e representa 19,7% do PIB. A indústria manufatureira é moderna e dominada por pequenas e médias empresas. Seus principais setores de atividade são a metalurgia, máquinas, indústrias elétricas e eletrônicas, engenharia mecânica, têxtil e construção. Biotecnologias e TI também estão crescendo. Segundo dados do Banco Mundial, o setor manufatureiro sozinho contribui com 12% do PIB. Portugal reforçou o seu papel no setor automotivo europeu e possui uma excelente indústria transformadora de moldes. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2021, as vendas totais de produtos e serviços das indústrias transformadoras aumentaram 15%, em termos nominais, totalizando 96,8 mil milhões de euros, superando o nível pré-COVID em 2,9%.

O setor de serviços compreende mais de 64,7% do PIB e emprega cerca de 70% da população ativa. O turismo, em particular, desempenha um papel importante e em rápido crescimento na economia portuguesa. Depois de sofrer na sequência da pandemia de COVID-19, a receita do setor do alojamento nos primeiros dez meses de 2022 já superou a de 2019 (também devido ao aumento dos preços dos serviços prestados). O setor bancário português melhorou a sua liquidez e solvabilidade nos últimos anos, desempenhando um papel fundamental no apoio às necessidades de financiamento e liquidez da economia. É composto por 145 instituições: 61 bancos, 81 caixas de crédito agrícola mútuo e 3 caixas econômicas, sendo que os cinco maiores bancos representam 77% do total dos activos (Federação Europeia de Bancos).

 
Divisão da atividade econômica por setor Agricultura Indústria Serviços
Emprego por setor (em % do emprego total) 5,2 23,9 70,9
Valor agregado (em % do PIB) 1,9 19,1 65,5
Valor agregado (crescimento anual em %) -2,9 2,1 7,9

Fonte: World Bank, Últimos dados disponíveis. Devido ao arredondamento, a soma das percentagens pode ser superior / inferior a 100%.

 

Obtenha mais informações sobre o seu setor de atividade em nosso serviço Estudos de mercado.

 
 

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Indicador de liberdade econômica

Definição

O indicador de liberdade económica mede dez componentes da liberdade económica, divididos em quatro grandes categorias: a regra de direiro (direitos de propriedade, nível de corrupção); O papel do Estado (a liberdade fiscal, as despesas do governo); A eficácia das regulamentações (a liberdade de inciativa, a liberdade do trabalho, a liberdade monetária); A abertura dos mercados (a liberdade comercial, a liberdade de investimento e a liberdade financeira). Cada um destes dez componentes é medido numa escala de 0 a 100. A nota global do país é uma média das notas dos 10 componentes.}}

Nota:
67,5/100
Posição mundial:
52
Posição regional:
29

Mapa de liberdade econômica no mundo
Fonte: Índice de Liberdade Econômica 2017

 

Classificação do ambiente de negócios

Definição

O ranking de ambiente de negócios mede a qualidade ou a atratividade do ambiente de negócios nos 82 países abrangidos pelas previsões do The Economist. Este indicador é definido pela análise de 10 critérios: o ambiente político, o ambiente macroeconômico, as oportunidades de negócios, as políticas no que diz respeito a livre iniciativa e concorrência, as políticas no que diz respeito ao investimento estrangeiro, o comércio exterior e o controle do câmbio, a carga tributária, o financiamento de projetos, o mercado de trabalho e a qualidade das infraestruturas.

Nota:
6.72/10
Posição mundial:
35/82

Fonte: The Economist Intelligence Unit - Business Environment Rankings 2020-2024

 

Risco país

Consulte a análise de risco do país sugerida por Coface.
 

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Fontes de informação econômica

Ministérios
Agência para o Investimento e o Comércio Exterior (AICEP)
Ministério das Finanças (receira interna)
Órgão de estatísticas
INE - Instituto Nacional de Estatísticas
Banco Central
Banco Central Europeu
Banco de Portugal
Bolsas de Valores
Bolsa de Valores de Lisboa/Euronext
Portais econômicos
Eu sou economista
ISCTE - Instituto Superior de Ciências, Trabalho e Empresa
Portal das empresas
Portal dos Sites
 

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Últimas atualizações em Dezembro 2023